Hai algumhas palavras e frases que recomendamos evitar, bem porque som
ambíguas, bem porque implicam umha opiniom que esperamos que ti
nom compartas totalmente.
Se queres dizer que um programa é software livre, por favor
nom digas que é "grátis" (1)
. O software livre é umha questom de liberdade nom de preço.
Amiúde o software livre pode obter-se gratuitamente -- por exemplo
em muitos servidores FTP. Mas tamém hai copias de software livre
distribuídas em CD-ROMs polos que se cobra um preço, e ocasionalmente
algum software proprietário é distribuído gratuitamente.
Por favor, nom use o termo ``freeware'' como sinónimo de ``software
livre.'' Nos oitenta usou-se a cotio o termo ``freeware'' para programas
postos em circulaçom unicamente como executáveis, sem fazer
accesivel o código fonte. Hoje em dia o dito termo nom tem umha
definiçom clara.
Editores e advogados gostam de nomear o copyright como "propriedade intelectual".
Esta expressom assume implicitamente que a maneira mais natural de pensar
sobre o feito de copiar e fazer umha analogia cos objectos físicos,
aplicando-lhe a dita acçom as ideias que temos sobre a propriedade
de objectos.
Mas esta analogia ignora a diferença crucial entre os bens materiais
e a informaçom: a informaçom pode ser copiada e compartida
case sem esforço, cousa que nom ocorre cos objectos materiais.
Basear o seu pensamento na dita analogia equivale a ignorar tal diferença.
Mesmo o sistema legal dos EUA nom acepta por completo esta analogia,
já que nom trata os copyrights meramente como dereitos de propriedade
de objectos físicos.
Se nom quere autolimitar a sua maneira de pensar, cumpre-lhe evitar
o uso da expressom ``propriedade intelectual'' ao falar e mesmo
ao pensar.
Tem-se sugerido o uso da expressom `` política intelectual''
em vez de ``propriedade intelectual.''
As editoras adoitam empregar o termo "pirataria" para a copia ilegal de
software. Dando a entender, deste jeito, que a copia ilegal é
eticamente equivalente a atacar barcos em alta mar, sequestrando e assassinando
à gente que vai neles.
Se ti pensas que copiar ilegalmente nom é o mesmo que sequestrar
e assassinar, poda que prefiras nom usar a palavra "pirataria" para descrever
tal conceito, empregando termos neutrais como "copia ilegal" ou "copia
proibida". Alguns de nós poderíamos mesmo preferir utilizar
um termo positivo como "compartir informaçons co teu próximo".
Os advogados dos editores gostam imenso de usar o termo "protecçom"
para descrever o copyright. Esta palavra conleva conotaçons de prevenir
destruiçom ou sofrimento; portanto anima a gente a identificar-se
co proprietário e o editor que se beneficiam do copyright, em vez
de cos usuários que estám limitados por el.
Resulta doado evitarmos o termo "protecçom" e usarmos outro mais
neutral na sua vez. Por exemplo, no canto de "a protecçom do copyright
dura muito tempo" podemos dizer, "o copyright dura muito tempo".
A expressom "vender software" pode ser ambígua. Estritamente, cambiar
umha copia dum programa livre por umha quantidade de dinheiro é
"vender"; mas a gente associa usualmente o termo "vender" coas restricçons
proprietárias no uso subsequente do software. Pode ser mais preciso,
evitando confussons, dizendo bem "distribuir copias dum programa por umha
taxa" ou "impor restricçons proprietárias no uso dum programa",
dependendo do que queira dizer.
Os apologistas do copyright usam a cotio palavras como "roubado" e "furto"
para descrever infracçons do copyright. Ao mesmo tempo, pidem-nos
que consideremos ao sistema legal como umha autoridade ética: se
copiar está proibido, deve ser mau.
Portanto resulta pertinente observar que o sistema legal --polo menos
nos USA-- rejeita a ideia de que a infracçom do copyright seja roubo.
De jeito que os advogados do copyright que usam termos como "roubado" estám
desvirtuando a autoridade á que apelam.
A ideia de que as leis determinam o que está bem ou mal é
em geral um erro. As leis som, no melhor caso, umha tentativa de acadar
a justiça; dizer que as leis definem a justiça ou condutas
éticas dar-lhe a volta as cousas.
Nota do Tradutor
(1) Moitas línguas, entre elas
o galego, tenhem duas palavras diferentes para livre e gratuito. O inglês
tem umha palavra "grátis" que se refere inequivocamente ao
preço, mas nom tem um adjectivo referido inequivocamente à
liberdade, de jeito que o termo "free" emprega-se tanto para referir-se
ao preço como à liberdade. Esta ambigüidade
arrasta-se a outras línguas, dada a predomináncia do inglês
nos assuntos informáticos, devido a más traduçons,
nom sendo infreqüente o emprego de software livre como sinónimo
de software gratuito, ou mesmo reduzir o software livre a mero software
gratuito.
Outros
textos recomendáveis:
O primeiro grupo de artigos tratam directamente sobre filosofia do
projecto GNU e o software livre: